terça-feira, 25 de agosto de 2009

sábado, 22 de agosto de 2009

Folha em branco

Quando eu comecei a desenhar

Não imaginei que seria assim

Construir uma vida

Com tantos planos na cabeça

Sempre surge a dúvida

E o embaraço

E o confronto

E achar que é preciso fazer tudo

Mas tudo o que está aqui?

Rabisco

Amasso o papel

Recomeço

E o que tenho?

Mil idéias

Pra onde?

Rabisco e amasso o papel

Deixo pendurado na parede

Continuo desenhando

E penduro na parede

E outra folha

De repente

Os rabiscos me mostram um caminho

A idéia?

Será?

É isso

Uma luz, uma epifania de novo!

E vou e volto

Desenho o céu todo

E recomeço

Os rabiscos pendurados na parede sempre me guiam

Pra tentar de novo

E eu tento com toda minha força

Com a folha em branco

Ali, nova na sua frente

Sem nada, imaculada

Eu posso fazer qualquer coisa

Qualquer

E eu só preciso de uma coisa

Além das minhas mil idéias

Só uma

Um lápis

domingo, 16 de agosto de 2009

Chegadas & Partidas

Nesse momento meio maluco que eu tou passando, de largar tudo e vir tentar viver em um local completamente novo, não me restou tempo nem cabeça para escrever alguma coisa. Minha amiga Ana Lídia me indicou para uma reportagem sobre o dia dos pais e eu aceitei a entrevista junto com o meu pai. A reportagem foi feita na sexta e publicada no sábado. Não tive tempo de ler a reportagem no papel, entrei no avião momento antes de lerem o jornal no aeroporto mesmo. Quando cheguei, li e fiquei bastante emocionado. Não era preciso escrever nada.

Publicada pelo Diário do Pará no dia 8/8/9 - Dia da minha viagem


Dia dos pais: distância superada pelo amor

O estádio está lotado. A arquibancada estremece com a torcida pelos times que jogam. Gritos e hinos são sintomas da paixão que move milhares de pessoas ao Mangueirão. E, em meio à euforia, o time faz um gol. Coração dispara e um abraço no parceiro ao lado sela a alegria de presenciar o gol. Para Victor Palheta, nada melhor que dar um abraço no amigo que sempre está presente nas vitórias do time e da vida, o pai, Clélio Palheta.

Os pais de Victor se separaram quando ele tinha menos de um ano, mas a distância não foi empecilho para que Clélio e o filho descobrissem o futebol e a música em comum. O pai é compositor e adora música brasileira, mas tem uma queda pelos rocks setencistas, que são os favoritos do filho. Noites regadas a Pink Floyd e Beatles já embalaram essa relação.

Clélio conta que a amizade com a mãe do filho foi muito importante para que o contato com Victor não sofresse abalos. “Eu sempre fui amigo dela e isso contribuiu para que a distância fosse minimizada”. Ele diz ter sentido receio do que seria seu relacionamento com Victor quando se separou da esposa.

Para participar dos passos do filho, Clélio ia buscar o garoto na creche. “De lá eu encostava nas praças para brincar com ele. Nós sempre fazíamos programações para não haver qualquer distanciamento entre nós”.

Clélio fala da infância do filho com certa saudade e diz que queria ter partilhado mais da vida dele, “até das tolices”. Mas, para ele, a separação não foi problema para que o amor e amizade com Victor se intensificassem.

Esse ano, Clélio não comemora o Dia dos Pais com o filho. É que ele segue para São Paulo, onde dará continuidade à profissão. O pai diz que não irá chorar, mas ficará emocionado. Clélio foi criado no antigo sistema de que homem não chora, mas se emociona. “Eu só quero que meu filho tenha muito sucesso”, fala.

Ele diz que essa distância não afetará a relação, cuja separação nunca foi um diferencial para que as conversas, as brincadeiras e os incontáveis almoços acontecessem nos finas de semana ou nas férias, quando pai e filho ganhavam a estrada rumo à praia.