segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Filme sem nome...

E a cidade então estranha

Foi ficando com cara de quintal

E as ruas bloqueadas a cada passo se abrem

Criam imagem

Surgem à mente

E o que era um espasmo, uma loucura

Uma doidice, como dizem meus pares

Torna-se um rumo, uma estória

E começa a ter o que se falar

As letrinhas pararam de aparecer

O começo do primeiro ato surge

Como manhã

Como avião pousando

Como pessoa acordando

E vocês vêm e conhecem

E apesar de nenhuma intimidade

É o início da relação

Que é um pano branco com imagens que se movimentam

É tudo muito fresco

Com sabor de prato novo

De surpresa

Que não se sabe nada

E nem se quer saber

Que venha logo o segundo ato desta estória

Que nos indique algum futuro

Qualquer futuro

E se comece, recomece

Mas tu sabes

Só tu sabes o que estás atrás

Que por mais que seja o escuro

O desconhecido

O desencontro que te espera na próxima esquina

És disso que estás atrás

Então que parem as letrinhas

E o título que não existe

E se comece o filme

E se comece a estória de verdade