Então, meu bem
Engraçado como essas coisas são
Faz alguns dias que eu estou em silêncio
Pensativo e avoado
Digerindo, digerindo e digerindo
Tentando entender o que que me houve
Mas não vêm palavras
Só luzes, sons
E cores! Muitas cores!
Parecia que eu tinha caído num rio
Cheio de gente
E no fundo tinha uma pirâmide luminosa
Que hipnotizava e me sugava
Eu tava indefeso, inquieto e nervoso
Mas não conseguia me mexer
Deixei levar, mas gritava que nem louco
Claro que minha voz não saía
Era abafada por tudo
E sons malucos dentro da minha cabeça
Me deixavam mais desnorteado ainda
Segui afundando
E comecei a notar que tinham pessoas ao meu lado
Pessoas que não via há anos, desde a infância até hoje
E outras que nem conhecia, mas que sentia certa familiaridade
Como se soubesse que iriam entrar na minha vida
Meu passado e meu futuro?
Sei lá
Mas todos meus amigos estavam lá
E deixei de me sentir sozinho
Abracei a todos e eu estava molhado
Completamente encharcado
Mas feliz por estar ali
Então as luzes se intensificaram
Vinham direto em minha direção
Eram luzes fortes, vermelhas, azuis e verdes
Quase me cegavam
E me atraíam
O som ensurdecedor
Melancólico, insano e repetitivo
Me enlouquecia
Eu não conseguia pensar em nada
E fui me aproximando de tudo aquilo
E vi dois olhos esquisitos, gigantes
Me olhavam e me deixavam perturbado
Me atraíam para uma parte escura
Só conseguia perceber alguns peixes estranhos
Nadando e fugindo de vermes querendo devorá-los
E os vermes vieram atrás de mim
Eu continuei nadando
Senti que os vermes me queriam
E o que eu tinha?
Uma arma e um pacote de sanduíches
E mais nada!
E mais nada!
Vocês me querem?
Então venham me encontrar!
Eu tou pronto!
E as luzes se tornaram brancas
E mais intensas
O som mais distorcido e frenético
Que porra eu tou fazendo aqui?
E as luzes apagaram
O som calou
Eu cheguei no fundo e escapei
E não havia o que temer nem o que desconfiar
quarta-feira, 25 de março de 2009
Just A Thought
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