E a cidade então estranha
Foi ficando com cara de quintal
E as ruas bloqueadas a cada passo se abrem
Criam imagem
Surgem à mente
E o que era um espasmo, uma loucura
Uma doidice, como dizem meus pares
Torna-se um rumo, uma estória
E começa a ter o que se falar
As letrinhas pararam de aparecer
O começo do primeiro ato surge
Como manhã
Como avião pousando
Como pessoa acordando
E vocês vêm e conhecem
E apesar de nenhuma intimidade
É o início da relação
Que é um pano branco com imagens que se movimentam
É tudo muito fresco
Com sabor de prato novo
De surpresa
Que não se sabe nada
E nem se quer saber
Que venha logo o segundo ato desta estória
Que nos indique algum futuro
Qualquer futuro
E se comece, recomece
Mas tu sabes
Só tu sabes o que estás atrás
Que por mais que seja o escuro
O desconhecido
O desencontro que te espera na próxima esquina
És disso que estás atrás
Então que parem as letrinhas
E o título que não existe
E se comece o filme
E se comece a estória de verdade
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Filme sem nome...
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